sexta-feira, 19 de maio de 2017

Procurando Firme: sugestão de livro infanto juvenil.


Resultado de imagem para Procurando firme Ruth RochaJá perdi as contas de quantas vezes li este livro da Ruth Rocha para a Estela. Ah, Ruth Rocha....sempre quebrando paradigmas no alto de seus 86 anos. Também, não poderia deixar de ser! Leitora ávida na infância e adolesência, formou-se em Ciências Políticas e Sociais na Escola de Sociologia e Política da PUC-SP, tendo sido aluna de ninguém menos que Sérgio Buarque de Holanda.

Assim, não é de se surpreender que escreva livros como "Bom dia todas as cores" onde se distancia da imagem estereotipada da criança "boazinha" e passiva e alerta que não dá para viver tentando agradar todo mundo. Não se trata de rebeldia desvairada, nem de "transtorno opositor" (!), mas de auto-confiança, sempre bom quando pensamos em saúde mental.

Neste livro, "Procurando firme", Ruth Rocha quebra paradigmas sobre o papel de meninos de meninas. Necessária discussão sobre gênero de uma forma lúdica e bem adequada para crianças do ensino infantil e do fundamental 1. Quantas conversas não podemos seguir a partir desta história, hein?

Sobre suicídio e sofrimento adolescente: fontes confiáveis pra refletir sobre o assunto


Resultado de imagem para 13 reasons why suicideNos últimos meses, a série "13 Reasons Why" da Netflix e um suposto jogo on line "Baleia Azul" trouxeram à tona o assunto do suicídio, em especial, de adolescentes. Como não poderia deixar de ser, isto foi gerador de não só discussões sobre o tema, mas de angústia entre jovens, seus pais e profissionais que trabalham com este público (educadores, psicólogos e médicos, por exemplo).


Além disso, toda esta discussão abriu brecha para muita desinformação e posicionamentos não refletidos e radicais. Enquanto é possível olhar para este fenômeno de diversos ângulos, é preciso tomar cuidado com as respostas rápidas e apelativas que surgem numa hora como esta.

Eu não pretendo aqui falar do tema diretamente,, mas compartilhar referências que encontrei, li e que julguei confiáveis e assim espero que sirvam de base para que este assunto continue sendo discutido, mas que seja tratado com o necessário cuidado:

(1) http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2017/04/serie-13-reasons-why-foge-a-cartilha-da-oms/

Neste artigo, é feito uma crítica à forma como a série aborda o suicídio (atribuindo culpados e mostrando em detalhes como a personagem principal comete o suicídio). Esta crítica é evocada na fala do psiquiatra da Hospital das Clínicas da USP, professor Dr Teng Chei Tung:

“Nunca se deve ensinar como fazer um procedimento suicida de forma eficaz. Neste caso, a série 13 Reasons Why pecou por tentar ser fiel ao livro e mostrar com detalhes o ato. Isso é totalmente inadequado”.

O artigo ainda destaca dois erros fundamentais que a série comete: culpar terceiros e colocar o cuidado com a saúde mental em segundo plano. 

"Ao apontar culpados, a série comete mais um erro de acordo com a OMS. Tirar a própria vida é resultado de uma soma de fatores complexos e diferentes para cada indivíduo."
(...)
"Colocar o cuidado com saúde mental em segundo plano na narrativa não segue outra diretriz do Manual: a necessidade de destacar alternativas ao suicídio. Os adolescentes, em geral, têm dificuldade em se comunicar com adultos, principalmente com figuras de autoridade, como pais e professores. Ao mostrar a ineficácia do pedido de ajuda feito por Hannah ao conselheiro da escola sem apresentar outro caminho, a série dá a entender que naquela sequência de fatos o suicídio era o desfecho lógico, como aponta Paula Mesquita, estudante de comunicação: “A mensagem que é passada é que não existe ajuda possível”.

Finalmente, o artigo encerra com a reflexão:

"Uma consequência positiva disso tudo, interligada a série, mas não limitada a ela, foi a conscientização acerca do suicídio e do bullying. Paula Mesquita, Sílvio Anaz, Francisco Lotufo e Teng Chei Tung concordam que 13 Reasons Why fomentou o debate acerca desses assuntos. No entanto, Tung aponta que a abordagem da prevenção no Brasil ainda é restrita, devido à falta de estrutura para atender uma demanda caracterizada pelo médico como “desconhecida e silenciosa”. “Os serviços de saúde não tem programas específicos para lidar com pacientes suicidas”. Todo cuidado ao abordar o suicídio, portanto, é pouco. Desencadear pedidos por ajuda em um país com pouca estrutura para atender a demanda pode gerar consequências graves, como o disparo de ‘gatilhos’ em indivíduos já sensibilizados por transtornos mentais."

(2) http://www.plenamente.com.br/artigo/225/13-reason-why-que-especialistas-saude.php#.WRyK9ev1C1t

Neste link é feita a tradução da recomendação da organização americana SAVE (Suicide Awareness Voices of Education) de forma precisa e direta fazendo uma relação direta com pontos importantes da série.  Há também links para os sites da organização e para o site do CVV no Brasil. 

(3) http://jornal.usp.br/artigos/suicidios-tantos-porques/

Neste artigo, de forma direta e simples, a professora associada do Instituto de Psicologia da USP e coordenadora do Laboratório de Estudos sobre a Morte, Maria Julia Kovacs, alerta para o fato que (também presente no documento anterior):

"O bullying, a violência, o isolamento, a não consideração de seus anseios podem ser fatores que precipitaram o ato suicida, mas a atribuição de causalidade nos leva a uma avaliação simplista e por isso incorreta. O suicídio é um caminho de ação possível, mas não o único. Inúmeras outras respostas poderiam ser dadas como observamos nos colegas e amigos de Hannah, que também tiveram seus conflitos e sofrimento e responderam com conversas, briga, aceitação, afastamento, atos agressivos, entre outras tantas possibilidades. O suicídio envolve uma longa história que tem seu início nas primeiras ideações, pensamento recorrente, planejamento e tentativa, finalizada com o ato suicida."

E faz um convite para que a reflexão sobre o tema continue:

"Acreditamos que a melhor forma de compreender e prevenir suicídios é abrir espaço para conversas e reflexão e não simplesmente interditar o tema. Há uma falsa compreensão de que falar sobre suicídio pode incentivar o suicídio. Pelo contrário, ignorar ou não falar sobre os sinais de risco referidos acima leva ao risco de que o suicídio seja a única saída possível. É fundamental nesses casos encaminhar os jovens para atendimento psiquiátrico e psicológico e para ONGs como o Centro de Valorização da Vida."
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(4) http://www.npr.org/sections/ed/2017/05/05/526871398/facts-about-teens-suicide-and-13-reasons-why

Este artigo, em inglês, faz um alerta para que as escolas não banalizem os pedidos de socorro de seus jovens e lidem diretamente com casos de bullying e outros tipos de discriminação que podem ser gatilhos, embora não se deve achar culpados, mas cuidar daqueles que precisam. O foco é no que as escolas podem fazer para melhorar o "clima na escola'. Alguns trechos:

"some schools have two-thirds of their students who have reported thinking about suicide. That means school-level interventions concentrated in high-risk schools can do a lot"

"the images of self-harm in a show like 13 Reasons Why could be contagious, but only for some teens. "It's not just that any random kid would see it and do it," he says. Instead, for young people who already have suicidal ideation, "if they already have those beliefs," that could push them over the top."

"His research also underlines the need for schools to energetically combat problems like bullying, gender-based or homophobic harassment and gang activity. "If someone is victimized, even something like pushing and shoving, they are more likely to have suicidal ideation," says Avi Astor. That has been proven to translate into suicide attempts. So improving school climate can actually save lives."

Boa leitura e boa reflexão.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Lei determina avaliação pelo SUS de riscos ao desenvolvimento psíquico de bebês

Boas notícias!

Uma lei que acaba de entrar em vigor determina que crianças até 18 meses de vida sejam acompanhadas no SUS também através de protocolo que avalie risco de desenvolvimento psíquico. O protocolo será utilizado por pediatras em suas consultas de rotinas e poderá avaliar o desenvolvimento segundo 31 indicadores de "aspectos corriqueiros da vida do bebê, com análise de suas reações a pequenos estímulos externos, das formas de expressão de suas necessidades, da resposta ao olhar da mãe durante a amamentação e dos gestos que a criança faz." Desta forma, condições como o transtorno do especto autista poderá ser detectado precocemente e intervenções que melhorem o prognóstico e a qualidade de vida deste indivíduo poderão ser colocados em prática o mais cedo possível beneficiando tanto a criança quanto sua família. Um protocolo deste tipo que já é utilizado amplamente em diversas regiões do Brasil é o IRDI (Indicadores de Risco para o Desenvolvimento Infantil), mas outro protocolos poderão ser implantados. 


http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/04/27/lei-determina-avaliacao-pelo-sus-de-riscos-ao-desenvolvimento-psiquico-de-bebes?utm_medium=share-button&utm_source=facebook

http://www.lugardevida.com.br/home_not00.php?id=174

sexta-feira, 24 de março de 2017

Too soon

I consider myself an empowered woman who, overall, cherishes her own features even though they do not necessarily fit in the beauty ideal portrayed in mass media. In fact, as a feminist and a social equality and human rights activist, I advocate against the idea of a paralyzing stereotypical idea of beauty. In spite of this “portfolio”, this is what my six year-old (going seven in two months) daughter said to me the other day:
“Dark skinned (girls) don’t make good ballerinas”.
I tend to discuss issues like this one (that involve racism or gender bias or human rights) as an opportunity to reflect on something, stuff to talk about: ‘where does that stem from’? There is no use in aimlessly repressing this kind of comment from a child that young if you can’t put your finger on the origin of such uttering.
“What makes you say that, honey?”
“Dark skinned can’t do ballet properly.”
“What makes you believe dark skinned can’t do ballet? Did you hear that somewhere?”
“No, I’m saying it. Only Beatriz”* (*fictitious name), her only blond classmate, “can do ballet properly. You have to be yellow haired and have white skin”. Then she looks at her own hair (I’m a dark haired white skinned lady and her father is Japanese), “I will never be a good ballerina! Look at me!” said she as she looked at her own hair and probably remembered her own darker and slanted eyes.”
“Darling, of course you can be a good ballerina. Anyone can. The skin color does not matter. Or the hair, or the body type. You practice you will become a good enough ballerina”.
And I went on mentioning her teachers and friends who are not blondes and are ballerinas or beautiful their own way and good enough at whatever they have applied themselves to.
But my daughter looked at me skeptically. She is six going seven. The world around her is up for grabs as far as categorizing and classifying are concerned. She is very empirical by nature and by age and reality has, for a long time, shown her otherwise. What are the most popular and most shared ballerina videos like? Who are the protagonists?
“Look, honey, I know that it seems that only blondes and blue eyed girls can do ballet because some people seem to prefer to show only these types of girls doing ballet, but they are mistaken, anyone can do ballet well”.
She was thoughtful. And so was I.
I’m not going to explore the nuances of genetics and body aptitude to this or that sport. From all I am concerned these are arguable, but, again, I am not the specialist. But I can tell you one thing: my daughter was not relating to high performances. She was reflecting on her “authorization”, from a very symbolic and subjective aspect, to do ballet, due to the fact that her looks did not belong to the looks of those she was led to believe could.
My daughter has also said such things as “I’m not eating that because I don’t want to get fat”.
“Honey, you are just fine, you are growing up, you ought to eat healthy things to grow up well, don’t worry about that”.
I know I don’t talk about “getting fat” at home. And I know I am very aware of biased language that may lead to or support a racist mindset. I am confident that at her father’s house and at school she has those same role models.
And yet, my daughter is convinced that there is an ideal image of ballerinas and that, at age 6, being in the 50% percentile of the growth curve (both weight and height) and healthy across the board, she should worry about “getting fat”.
I know the power of advertising is incalculable, thus I have always fought against it in my activism. But to see it happening right at your face is alarming. I mean, who would have thought that my daughter, the daughter of a feminist, a civil and human rights activist, would have such thoughts?
The impact of representativity is overwhelming: despite a Moana here and a Princess Sofia there, the most widespread beauty reference — from dolls to main characters in kids’ movies — is still the skinny blond blue-eyed one, preferably an indefensible princesses to top it all up.
Thus, as parents, no one of us (not even the activists) is immune to the effects this pattern may have on our children, especially girls. From shattered self-confidence to low self-esteem and to later difficulties of self-acceptance with potential development of eating disorders. While the beauty ideal does not affect girls only, the huge impact on women’s lives is well documented.
So how do we deal with it? Well, first of all, the message I get from this episode is that, to start with, we have to be all willing to deal with it, to deal with these tricky subjects at home. It is easier to look the other way, to repress a foul comment here, to ignore a glimpse of insecurity about one’s appearance there. ‘She is too young for that’. Apparently not. No one is immune, not even a child as young as six.
This is not an easy task, I know. It may mean first dealing with ourselves as adult women (and men) who might have to come to terms with the effects of the fantasies and ghosts the exposure to such ideals and biases have had in our own lives. But perhaps this is a good opportunity for us to face our demons and to revisit some of our beliefs and what they have done to us, and to then help our children have maybe a different and healthier experience.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Mancala

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Mancala é um belíssimo jogo tradicional que pode ser jogado por crianças e adultos.

Esse link aqui conta a história do jogo e apresenta outros nomes que são usados para denominá-lo.



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Este é um daqueles jogos que podemos fazer em casa com, por exemplo, um caixa vazia de ovos. 

É um jogo que referência a experiência dos humanos com a terra, pois é um jogo de semeadura. 

Através deste jogo conseguimos desenvolver habilidades matemáticas, resolução de problemas, planejamento etc. 

Também é possível refletir sobre questões da reutilização de materiais e praticar habilidades motoras fina (pinça).  

Este vídeo aqui também ensina a jogar! 


Bom proveito! 



Novos serviços

Psicólogo não faz uma coisa só! Este post é para divulgar novos serviços que estou prestando. Além do meu trabalho na escola e da minha cons...