sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Meninos e questões de imagem corporal

Origem da foto, esse excelente vídeo sobre o assunto.

Por muito tempo, associou-se questões com a imagem corporal ao sofrimento psíquico feminino apenas; contudo, mesmo que ainda em atraso, começam a aparecer mais estudos que comprovam o que educadores e profissionais da area da saúde mental tem verificado há tempos: meninos também sofrem com sua imagem corporal e pelos mesmos motivos que levam às mulheres a esse sofrimento: ideias  socialmente construídos e engessadas sobre feminilidade e masculinidade.

Este artigo, do site Common Sense Media traz algumas reflexões sobre esta questão. O site está em inglês. Abaixo, compartilho alguns apontamentos baseados na minha prática em educação e saúde mental sobre formas de ajudar nossos filhos (meninos e meninas) a superarem e lidarem com essas questões:

- Quando falar de comida com seus filhos, fale em termos de saúde e nunca associando um tipo de alimentação com ficar com um corpo de um jeito ou de outro. Nunca diga "isso engorda" ou "se comer isso vai ficar gordo". Além deste tipo de associação ser relativa, este tipo de comentário associa culpa ao ato de comer, algo que é vital, cultural e deveria ser prazeroso.

- Se houver preocupação com o peso de seu filho, consulte um especialista para buscar o equilíbrio e o ideal para a criança.  Nunca trate isso com teor estético, como sinal de beleza ou falta dela nunca diga que seu filho está gordo ou magro demais. Associe a necessidade de emagrecer ou engordar com saúde, baseando esta busca em acompanhamento de profissional especializado.

ALIÁS, em tempo, o fato do peso de uma pessoa poder estar associado com sua saúde, NÃO TEM RELAÇÃO com sua beleza. Temos que parar de usar "nossa, você emagreceu" como elogio.

- Fique atento ao que seu filho ou filha vê por aí, no YouTube, no Instagram, Netflix, etc. Via de regra, guardado o devido julgamento frente a informação claramente inapropriada para a idade, eu sou contra proibições, prefiro trabalhar na linha da conversa. Acesso o conteúdo junto de seu filho de vez em quando, problematize aquilo que está sendo apresentado, não julgue ou puna seu filho, não ridicularize o gosto dele, mas pense e reflita junto, coisas como "nossa, filha, você percebeu que todas as 'sereias' dessa série são loiras (ou magras)"? Nossa, será que esse cara dessa foto é assim mesmo na vida real?

- Ao invés de tentar impedir sua filha ou filho de acessar algum conteúdo (vide observação acima, exceto em caso de óbvia inadequação), ofereça a inclusão de fontes mais saudáveis e interessantes de  de conteúdo na internet.

Abaixo, algumas páginas no instagram que podem interessar e ajudar a quebrar estereótipos:

https://www.instagram.com/obarrigapositiva/
https://www.instagram.com/mqueridocorpo/
https://www.instagram.com/nutricaosempressao/
https://www.instagram.com/mbottan/
https://www.instagram.com/mairacomacento/

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